quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TRAVESSIA 7C - Atravessando Sete Corcovas do Dragão Ibitiraquire

Relato de : Diana Rosa




O papo de fazer a 7C surgiu derrepente, não sei bem como, andávamos falando em fazer o Agudos ou a Graciosa e “ cantando”  o Jurandir Constantino pra nos guiar , além do mais  eu  já andávamos com uma saudade rasgada da Serra do Ibitiraquire e dos nossos amigos de lá . Acho que entre uma e outra sugestão o Jurandir Constantino em papo no chat do face resolveu que essa era uma boa.  topou na hora,  e eu não ia perder , embora mais de 3 meses na mais completa inércia, sem fazer nada de atividade física que não fosse ir até o carro eu sabia bem que ia atrapalhar .... O bicho ia pegar com certeza, mas minha teimosia sempre foi maior que qualquer dificuldade...
A 7C não é pra qualquer vivente, não querendo me gabar agora por ter conseguido termina-la , até porque consegui mais na raça e no psicológico do que por condição física, mas ela é puxada e não é brincadeira fazer 7 montanhas , das consideradas grandes  em menos de 24 hs com um pernoite meio improvisado na chuva...
A previsão do tempo era preucupante: chuva no final de semana todo e trovoada! Me molhar não me importo, nem amassar lama na trilha,  mas raio?  .Cada um seguiu a semana com seus afazeres e na sexta feira embora a previsão do tempo continuasse ruim, e eu ainda tentasse transferir pra uma data mais propícia por causa dos raios o Jurandir me deu a palavra final: “com raio ou sem raio vc vai fazer a 7C!”  Então tá, se ele falou ta falado né...Eu intimamente pensei que ainda na ultima hora eles pudessem desistir e como era o fim de semana que nossos camaradas Elcio Douglas e Helton Laufer  voltavam dos Andes, pensei que seria uma boa em vez de fazer essa travessia meio elétrica, podíamos ir recepcionar nossos amigos e ir comer pizza escutando suas aventuras dos Andes no Mercedário...
Mas que nada...tudo continuou de pé e nosso amigo Elcio voltou antes do previsto, já na quinta feira e quase que foi com a gente, ele que é o autor do traçado da 7C.
Sexta feira , após uma passadinha na Decatlhon nova de Floripa , lá pelas 3 da tarde eu e Sergio botamos pé na estrada, ainda discutindo se íamos com mochila cargueira ou de ataque. Eu queria ir leve,  não abria mão de nada, nem do miojo, fogareiro, facão, roupa de frio, de calor, capaceteeeeeee(modinha inventada pelo Fred), enfim ele fez um mochilão pesado e eu uma mochilinha rosa de ataque com saco de dormir pra bivacar e comida pra 2 dias, além do cantil, só , nem roupa pra trocar, nem anoraque, pensei: vou que nem o Elcio, se sentir frio , me meto no saco de dormir…... hehehehehe gracinha eu me comparando com o Elcio...
Mantivemos contato com Fred e ele com Jurandir Constantino, vulgo, Jura que dizia que em Paranaguá chovia canivete, mas  que mesmo assim tudo de pé...
Umas 19 hs chegamos no posto perto do Bolinha e lá ficamos aguardando o Fred que estava ainda saindo do trabalho e tinha que arrumar a mochila...rsrsrs rapaz responsável, todo metódico, que sabe conciliar a vida de montanhista com a de pai de família, trabalho enfim...todos nós somos assim, fazemos peripécias pra poder alguns finais de semana se mandar pra serra...
O Fred apareceu com uma p.. cargueira também , até barraca ele levava, é pelo jeito a única minimalista era eu...mas ainda faltava o Jura, e assim nos mandamos pra Antonina aguardar nosso amigo que ao invés de pegar o busão da 19 hs pegou o das 23 hs, (atraso de nada) .  Chegando lá como faltava muito ainda fomos fazer um happy hour num bar comer frango frito, caipirinha, cerveja, pra depois após 5 horas de estrada e toda farrinha no bar ir subir os 7 cumes do Ibitiraquire kkkkkkkk , sim era isso mesmo que estávamos por fazer!

Nosso amigo, ídolo  e guia da montanha Jurandir Constantino que fez o Alpha Crucis com Elcio Douglas, desembarcou na rodoviária com uma mochila de ataque, um pouco maior que a minha e assim todos partimos pra deixar um dos carros no fim da travessia e outro no começo, nisso aí gastamos horas pra lá e pra cá kkkkkkkkkkkk depois ainda tivemos que escutar do Elcio que isso que fizemos era coisa de “bêbado de boteco” pois podíamos ter feito a travessia ao contrário afinal só ficaria 40% mais difícil começar subindo a Crista do Ferraria.....hehehehe só Élcio mesmo pra dificultar o que já demanda um esforço homérico .
Bom começamos meio “alegrinhos” lá pelas 3:15 da manhã no Bolinha, dois atletas de montanha (Fred e Jura) um ciclista esporádico (Sergio) e uma ociosa a mais de 3 meses (eu), no começo a diferença do preparo físico já era notável, mas.. como era começo a coisa não era tão gritante assim e  ao amanhecer estávamos todos no Camapuã para um espetáculo no céu.


Após muita euforia pelo céu , nuvens e sol  realçarem ainda mais o relevo montanhoso , explodindo em cores fantásticas, registramos o que pudemos com fotos e tomamos nosso café, o fogareiro do afinal fez seu sucesso e nossa felicidade de tomar café com leite  quentinho , e até cappuccino que o Fred chiquérrimo levou. O Jura parecia meio espantado acostumado a andar com o Elcio que nada leva além de frutas mas participou contente do nosso café quentinho...
Próximo cume seria o Tucum, bem próximo e fácil de alcançar pois fica grudado no Camapuã, chegando lá fizemos nosso primeiro registro da jornada no livro do cume e seguimos pro Cerro Verde passando pela famosinha piramba  do Tucum, uma ladeira vertical que mais assusta que outra coisa pois é tranquila de passar.

Após essa descidinha radical se entra num vale antes de iniciar a subida pro Cerro mesmo que é tranquila de fazer mas pela hora adiantada da manhã , o calor já tomava conta e precisávamos tomar mais água e fazer mais paradinhas ,

.


...ahaaaaaa... ali que aconteceu o primeiro incidente, digamos assim fora do plano,  tínhamos deixado as mochilas supostamente na encruzilhada da trilha que levava pro Itapiroca um pouco distante  do cume, eu achei estranho pois da ultima vez esse local me pareceu mais próximo ao cume  e desta vez parecia bem mais longe...em todo caso segui os muchachos que disseram ser ali o local.  Fomos até o Cerro, assinar livro, foto e dale descer pra pegar as mochilas. Acontece que não era ali o local de pegar a trilha pro Itapiroca, logo Jurandir se deu conta e começou a buscar o local correto. Ali no Cerro dá pra confundir um pouco pois tem vários caminhozinhos, lembramos qual era a trilha e resolvemos prosseguir pois nossos amigos além de bem mais rápidos a essas horas já deviam estar bem adiantados, talvez na subida final do Itapiroca e nós ainda no Cerro Verde....aí o bixo começou a pegar pois estava quente, e aqueles bambuzinhos infernais enroscando na mochila , mais a subida interminável que é o Itapiroca  nos abateu a moral mas pegadas deles na trilha animaram novamente, ..e dele subida do Itapiroca, dele bambuzinho enroscando, dele sol na cabeça...mas vamos em frente. Sede tomando conta, fome e finalmente chegamos numa bica onde encontramos um possível sinal dos companheiros, um sachê de repositor energético fechado bem no filete de água que saia da bica.

Chegando ao cume do Itapiroca quem estava cansada era eu, com calor e escutando trovoadas cada vez mais fortes cheguei a duvidar continuar porque raio em cume é um lance meio  ....desagradável  digamos assim. escutamos uns gritos , logo estávamos todos juntos. Pra eles deve ter sido uma eternidade esperar, depois fiquei sabendo que o Fred subiu como um raio o Itapiroca , ficando o Jura a nos esperar por um tempo mas depois resolveu continuar a subida , portanto subimos todos separados

. Mais um livro assinado ao som de trovoadas nervosas e nuvens pesadas no horizonte perguntei se eles pretendiam ir pro Caratuva naquelas condições ao que eles nem pestanejaram e responderam afirmativamente.  Logo estávamos subindo as encostas do Caratuva o cansaço tinha ido embora e eu só queria chegar no cume do Caratuva pra descansar. . Lá pelas tantas começou a esfriar e pingar,   e a chuva que só ameaçava realmente caiu, aí escutei o Fred gritando : vamo embora pro cume montar barraca logo galera, faltam 300 mts só (na verdade faltava bem menos) a luz foi indo embora , água que Deus mandava e depois de um precioso tempo perdido conseguimos prosseguir, mas já era tarde , naquela escuridão, estando numa trilha alternativa , nada batida, ninguém achava mais nada e eu sugeri mesmo estando próximo ao cume que ficássemos ali, pois diferente do cume do Caratuva era um local coberto, protegido do vento e bem bom de acampar, principalmente pra nós que não tínhamos barraca. Aí Fred pirou : eu tenho que ir pro cume agora!  Pedi em vão pra ele ficar ali que era mais seguro pra todos, diante do tempo ruim, trovoada e vento não seria nada agradável dormir debaixo daquelas antenas uivantes do cume. Mas na verdade a preocupação do Fred era ligar pra esposa e saber da Lara que estava com apenas 1 mês de vida e ele acreditava que lá no cume poderia ter sinal ... ficamos sensibilizados porém nada podíamos fazer : a TIM é um lixo e ninguém conseguia sinal pra ligar e nem era possível já sem luz prosseguir naquela mata fechada fora da trilha que estávamos....
Cada um montou sua “residência” temporáriae dormimos ali bem em contato com a natureza, bichos e tudo mais, anoite eu senti uma coisa comprida se mexer embaixo de mim mas preferi nem ver o que era e dormi de novo. Por fim a gente dormiu e acordou meio tardinho já.  Eu e Jura fizemos um café maneiro no fogareiro  e o Fred fez sopa com linguiça ......

Bom juntamos as tralharadas e fomos pro pico com Frederico, digo pro pico do Caratuva e lá o dia tava magnífico, tiramos oitocentas mil fotos tentamos assinar o livro mas infelizmente os últimos que estiveram lá não deixaram a caneta....pena...agora já sei sempre levar caneta reserva pro cume.



A descida do Caratuva pro Taipabuçu  é uma piramba nervosa, estranha e meio perigosa, acho que bem mais que a decida do Tucum,

 não sei se foi impressão mas lá pelas tantas prendi uma perna numa raiz e o resto de ligamento que eu tinha no joelho esquerdo foi literalmente pro pau, fez clack e temi por alguns segundos que eu não pudesse terminar a trilha andando, ainda caída e sem força nem coragem pra tentar mexer o joelho , talvez tentando retardar o momento de descobrir que eu não poderia andar, fiquei parada por mais de um minutofinalmente resolvi enfrentar a verdade e levantei...tentei firmar o joelho...fiquei de pé...dei um passo..outro, faltava mais da metade da decida do Taipá  e esse seria o meu ritmo até o fim dela, mais o medo do joelho sair do lugar que dor propriamente dita, isso eu nem sentia, e se sentisse nem fazia diferença. Infelizmente isso demandou triplo do tempo  de uma decida normal . O Fred e Jura já tinham sumido de novo não antes de combinarmos de nos encontrarmos novamente na transição Taipá –Ferraria, e que transição, era um bambuzal dos infernos, onde tínhamos que nos arrastar e lutar pra desvencilhar de verdadeiras armadilhas de bambu... Após isso estávamos subindo o Ferraria e assim meu joelho descansou já que subida por incrível que pareça não incomoda . Encontramos o Jura nos esperando após uns 10 minutos de subida e após dizermos que estava tudo certo, liberamos o homem pra ir na frente, o Jurandir parece um ninja das montanhas, é silencioso, quase não deixa vestígios e ao contrário de nós que quase nos matamos , lutando naquele bambuzal ele parece ser feito de alguma matéria que transpassa os bambuzinhos pois ele passa tranquilamente quase sem sair do traçado dele, não me pergunte como isso acontece mas é assim que é....fala pouco, conta uma outra história engraçada das andanças dele com figuras conhecidas do meio montanhístico , sempre com simplicidade mas muito bom humor, grande amigo, grande guia e  parceiro de trilha!


O Fred era o raio da trilha , parecia estar ou correndo ou indo atrás de alguém, , o homem de capacete ,  anoraque e mochila pesada parecia não ter cansaço e seguia sempre full , adrenado , ligado nas fitas e marcas da trilha, compenetrado e decidido ele parecia seguir um plano interno além do plano geral da equipe, um objetivo dele , bonito ver esse tipo de determinação numa pessoa,  só em alguns momentos ele parecia perder o foco, era justamente quando ele via seus planos certos sendo ameaçados por dois irreverentes e inexplicáveis seres como eu  acostumados ao improviso rsrsrss ô paciência que esse Fred teve que ter com a gente, mas tudo é aprendizado e ele parecia conformado com isso também hahahahahahaha



Já na parte final da subida do Ferraria recebemos a visita ilustre de uma Jararaca gigantesca, bem enrolada no meio da trilha , e cabeça imponente armada pro bote, tiramos fotos da amiguinha nada sociável , desviamos e deixamos ela em paz como deve ser, seguindo em frente.


Finalmente todos reunidos no Ferraria resolvemos iniciar a derradeira decida da Crista dos 500 anos.



 Já eram quase 18 hs quando iniciamos e eu preucupada com a escuridão que viria logo e pouco conhecimento dessa trilha não tão batida em alguns pontos pedi ao Jura e Fred que não se afastassem tanto, meu joelho tava péssimo e na descida qualquer resvalada podia significar um final bem amargo pra essa travessia, pra todos nós, já que se eu quebrasse em qualquer ponto, só sairia dali com ajuda , mas pra que pensar em tragédia, bora pensar em solução né mesmo? Como a decida era lama pura e cheia de pirambas meu joelho bambeando e sem ligamento posterior não ia aguentar um erro que fosse, resolvi usar a Crista como escorregador onde eu pudesse e assim foi, desci as pirambas lamacentas no skibunda mesmo ou me pendurando nos galhos mais fortes , tirei minha corrente talismã do pescoço e botei no bolso traseiro da calça e lá se fomos descer a Crista. A trilha é boa, foi muito bem aberta pelo saudoso Jamil dos Santos que passou um bocado de trabalho pra deixa-la aberta e transitável, todos que passamos ali devêmos te-lo na lembrança pois foi um trabalho heroico e bonito o que ele fez nessa trilha, nossas mais gratas lembranças a ele por isso. Ainda com luz passamos num degrau perigoso onde é necessário cordas , meu parceiro e maridinho fofo  , safo que é nessas horas,  me ajudou a supera-las de boa , e mais 20 minutos a luz ia embora e a escuridão tornava a Crista mais imponente e difícil de ser vencida, na verdade não é difícil, mas é extenuante e interminável, lances e mais lances de pirambas , nivela e depois mais piramba e assim vc passa por horas numa mata cheia de bichos cada vez mais indignados com sua presença por ali.  Fred e Jura na frente , Fred cantando, chamando  assoviando e assim íamos vencendo a decida interminável, certo momento eu já estava com um rasgo na parte traseira da calça ,mas eu percebi triste que minha corrente talismã guardado nesse bolso tinha virado lenda.


Derrepente senti uma picada no pescoço, dei um tapa e continuei.....mais uma picada!  hj fui saber que se tratava de uma espécie de “ cobrinha”, como não morri até agora acho que não morro mais....
Meio que perdíamos a trilha por algumas vezes mas o Jura com seus sexto sentido de homem da montanhas sempre procurava nos lugares certos e logo estávamos na trilha de novo,  Fred o homem foco também soube encontrar várias vezes o rumo certo, já na finaleira eu e o Sergio fomos atacados por formigas “carnívoras”  e desesperados sendo comidos vivos íamos esmagando e tirando elas do corpo, acontece que elas pareciam renascer e cada vez mais pra cima, e eu deseperada não parava de gemer e reclamar das formigas me picando, isso deve ter tirado o Fred do sério e acabado com a ultima paciência dele mesmo pedindo licença meio que mandou eu  tirar a parte debaixo das minhas calças que é dessas que vira bermuda , foi engraçado pois ele falava como se fosse com uma criança que fez merda: “tira as calça Diana, agora tira as formigas”,
Bom acho que depois disso foi o fim mesmo, pra finalizar tinha um espinheiro violento que tinha fechado a trilha.
Ainda tínhamos longos quilômetros até a fazenda e aí sim as forças foram acabando, eu com joelho fudido, rasgada , picada e suja de lama, êeeee perrengue bom esse!
Nossos amigos incansáveis pegaram chave do carro e foram na frente pois tinham muito mais gás pra isso e nós feridos de guerra fomos a passos lentos primeiro até o cruzamento e depois vendo que eles demoravam até quase a fazenda onde nossos amigos nos aguardavam já no carro.
Nós tínhamos que dirigir até Floripa e já eram 3 da manhã, por isso Fred gentilmente dirigiu pra que nós pudéssemos descansar levando Jura nosso guia para casa em Paranaguá pra depois irmos até o Bolinha resgatar o carro dele . Assim terminou nossa super aventura , como sempre cheia de histórias de superação do físico e do psicológico, mais uma pra ficar na memória ! Se a Travessia Transversal foi uma experiência mística e surreal a Travessia 7C pra mim foi a travessia da realidade crua onde tudo se apresentou para que pudéssemos pensar numa solução, provações e experiências transformadas em aprendizado. Sou grata por isso mais uma vez, por ter oportunidade de caminhar na serra com pessoas super especiais.








quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Três mochileiros e suas aventuras no Peru e Bolivia


Relato de : Lucas Luz


Mochilão Peru-Bolívia.

Fala galera, meu nome é Lucas, estou escrevendo este relato com objetivo de passar toda a experiência que eu e mais dois amigos (Vitor e Paulo) tivem os durante o nosso mochilão e também algumas dicas para o pessoal que pensa em fazer uma viagem por esses dois países. Inicialmente o nosso plano era visitar Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai, mas o dinheiro acabou e não deu para fazer tudo (fica para a próxima rsrs) por isso lá vai à primeira dica, se programem e pesquisem bastante sobre os lugares que vocês pretendem visitar.
 Nos três não tivemos tempo para pesquisar a fundo nosso roteiro e acabamos fazendo alguns ajustes no meio da viagem. Nossa ideia inicial era sair de Florianópolis e cruzar a fronteira por Corumbá (Brasil – Bolívia), subir para o Peru, descer até Santiago e retornar para o Brasil passando/visitando pela Argentina e Uruguai. Porém descobrimos outro jeito para o começo da viagem, fazendo a passagem pela fronteira Brasil – Peru pelo Acre. Decidimos por está segunda opção, então começaríamos a Viagem pelo Peru e desceríamos como no primeiro plano. Segue então a nossa história dividida por dias.


1° Dia, 25/12/12: De Floripa até o Acre fomos de avião, o Paulo e o Vitor foram pela TAM em um voo cedo e eu fui de Gol mais tarde (consegui a passagem por milhas), quem tiver milhas é uma boa hora para usar, pois o maior gasto da viagem foi com passagens aéreas. Eu cheguei em Rio Branco de madrugada (26/12) e fui direto pra Rodoviária de Táxi (R$ 100,00) tive que ir pois logo cedo nos pegaríamos o ônibus para a fronteira. Meus companheiros que chegaram antes, por volta do meio dia, tiveram tempo de conhecer a cidade. Pegaram um ônibus no aeroporto até o terminal urbano de rio branco, do terminal dá para visitar a grande maioria dos pontos turísticos da cidade em algumas horas a pé. O terminal fica no centro e os pontos turísticos também. Depois eles foram para rodoviária e compraram as passagens de ônibus até Assis Brasil (fronteira Brasil – Peru), a empresa é a Real Norte e o preço foi de R$ 40,00. Neste dia nós três dormimos na rodoviária.
Obs.: Existe outro jeito de ir para o Peru, você pode comprar uma passagem pela empresa peruana Movil Tours, ele fazem o trecho Rio Branco – Puerto Maldonado (Peru) e de Puerto Maldonado você pega um ônibus até Cusco (nossa primeira parada). Mas estava lotado até dia 2/01/2013, então é bom tentar reservar com antecedência.
2° Dia 26/12/12: O ônibus saía 06h30min, foi uma viagem bem ruim até a fronteira. O ônibus parava em todo lugar (era como se fosse um ônibus coletivo normal que para em todo ponto) e estava lotado (pessoas em pé). A viagem demorou 8 horas, chegamos a Assis Brasil por volta das 14 horas. Ao chegar já sabíamos que teríamos que pegar uma lotação peruana até Puerto Maldonado, Então juntamos os brasileiros que estavam no ônibus da Real Norte para fechar a Van, no total era um grupo de 10 brasileiros. Almoçamos, compramos umas bolachas no mercado e jogamos na Mega Sena da virada (kkkk).  Depois conversamos com o motorista peruano e partimos. O valor foi de $ 35,00 soles por pessoa e a viagem até Maldonado durou 4 horas, no caminho demos entrada no Peru e na fronteira trocamos dinheiro. Dica : troque só o necessário, pois na fronteira a cotação não é a melhor, os próprios cambistas nos aconselharam a trocar em Cusco. Chegando em Maldonado compramos a passagem para Cusco, o ônibus era horrível, fedia, lotado, barulhento e sem banheiro.


Obs.: Não tenho certeza (ouvi alguns comentários), mas parece que tem outro ônibus da Real Norte que sai as 08h00min que vai direto até Assis Brasil, chegando antes que o ônibus das 06h.
Seguem  alguns avisos gerais que valem para Peru e Bolívia.
Tente sempre pechinchar com eles! A maioria das coisas não tem valores tabelados então eles sempre tentam levar um dinheiro do turista, pechinche, e quanto mais pessoas você tiver para negociar mais barato você pode conseguir.
Os ônibus não tem banheiro! Quase todos que pegamos não tinham banheiro, somente em duas ocasiões havia banheiro (uma delas o banheiro tinha uma porta com uma janela que permitia que se visse tudo dentro do banheiro, para os homens tudo bem, mas para mulheres era mesma coisa que nada).
Comidas típicas muitas vezes são apimentadas! Se você não está acostumado é melhor perguntar sempre, porque a pimenta lá é forte!
Higiene é uma coisa que ainda falta nesses países! Banheiros imundos (geralmente nas estradas, nos Hostels são tranquilos) são bem comuns e usar talheres ou luva para fazer a comida é raro. O que a gente viu foi tudo com as mãos o preparo. Você pode comer em restaurantes maiores (mais limpos) ou em fast food, só que é mais caro. Eu tive problemas intestinais (hahaha) não muito sérios, mas o Vitor ficou mau uns dias, mas isso na Bolívia mais no final da viagem.
No Peru, eles são muito chatos com o estado das notas de dinheiro! Quando você for receber troco ou então pegar dinheiro em alguma casa de câmbio ou banco, não aceite notas danificadas, tivemos alguns problemas com isso, nossa sorte que sacamos as notas no banco e tínhamos o comprovante de saque, reclamamos com o banco e eles trocaram as notas para nós.
3 ° Dia, 27/12/12: De Maldonado até Cusco foram 12 horas de viagem, chegamos a Cusco de manha cedo, por volta das 08h30min. No caminho fizemos uma parada logo que o dia nasceu, estava muito frio (congelante) e percebemos que apesar de verão no Brasil na altitude o negocio é outro. Para chegar a Cusco, chegamos a subir 4700 metros durante o caminho, mas a cidade fica a 3400 metros a cima do nível do mar. O caminho para Cusco é bem bonito, porém pegamos um tempo ruim. Chegando à rodoviária pegamos um táxi até a cidade histórica, onde ficava o nosso Hostel, o valor foi de $ 15,00 soles. Ficamos no Hostel Pirwa na Plaza São Francisco, depois de nos instalar fomos conhecer a cidade. O centro histórico de Cusco é muito bonito tem muitas igrejas, praças, restaurantes etc. A noite tomamos uma cerveja em um Pub, a cerveja mais famosa lá é a Cusqueña (muito boa, melhor que eu tomei na viagem), voltamos para o Hostel onde conhecemos muitos estrangeiros. À noite tocamos um violão e jogamos contra os argentinos e ganhamos tudo (sinuca, ping pong e dardo).

Obs.: O Hostel que ficamos (Pirwa) é bem legal, confortável, tem internet, sala de jogos, bar etc. Quanto à festa eles colocam uma música no bar, mas quem faz mesmo a festa são os hóspedes! Tem que agitar a galera e colocar o som pra tocar. O período que ficamos em Cusco, conhecemos somente o centro histórico da cidade, no primeiro dia o taxista nos alertou de não sair do centro histórico (que é bem seguro), pois fora do centro histórico corríamos o risco de sermos roubados.

4° Dia, 28/12/12: Nosso segundo dia em Cusco, fomos resolver nossa ida para Machu Pichuu, compramos as passagens de trem e ônibus em uma agência de viagens. Para chegar a Machu Pichuu o caminho seria pegar um ônibus até Ollantaytambo ($ 50,00 soles ida/volta) e depois pegar um trem até Águas Calientes (USD 105,00 ida/volta). Na agência também reservamos o Hostel para ficarmos em Águas Calientes, devido à falta de disponibilidade de vagas no trem, tivemos que ir para Águas Calientes dia 29/12 e voltar somente dia 31/12, então reservamos dois dias no Hostel. Havendo vagas você pode ir voltar de trem no mesmo dia, é o ideal, pois em Águas Calientes as coisas são mais caras. A tarde choveu e ficamos no Hostel de Cusco, à noite participamos de um “churrasco” no próprio Hostel, depois do churrasco rolou uma festa.
Obs.: Existe outra maneira de ir para Machu Pichuu, que é MUITO MAIS BARATA! Você  pega um ônibus ou lotação até uma cidade chamada Santa Teresa e de lá pega outro meio de transporte (ônibus ou van) até Santa Maria, onde tem uma Hidrelétrica. De Santa Maria você vai andando até Águas Calientes através de um trilho de trem, uma caminhada de 2/3 horas. Cada trecho de van/ônibus custa cerca de $ 10/15 soles, então você gasta cerca de $ 60,00 soles ida/volta, nós sabíamos dessa opção, mas ficamos com receio de não conseguirmos transportes e optamos pelo mais caro, porém durante a viagem conhecemos várias pessoas que fizeram esse trajeto, no fim nos arrependemos de não ter feito assim.

5° Dia, 29/12/12: Acordamos cedo para pegar a lotação até Ollantaytambo (foi o combinado), porém no dia o pessoal da agência avisou que nos iriamos somente a 13h00min. Almoçamos em um fast food peruano, o nome é Bembos. Melhor fast food que eu já comi na vida, deixa no chinelo qualquer Burguer King, MC etc. Depois ficamos no Hostel até o horário e pegamos um táxi até fora do centro histórico de Cusco, lá tomamos uma Van e partimos. A viagem até Ollantaytambo levou cerca de 2h30min, o caminho é muito bonito tem várias montanhas, mas o motorista da van era um louco o que fez a viagem ficar bem emocionante (os motoristas no peru e na Bolívia são a maioria assim) Chegando pegamos o trem que saía por volta das 16h, o trem atrasou e chegamos a Águas Calientes 20h. Depois de chegar deixamos as malas no Hostel e saímos para comer. Depois de comer voltamos e dormimos cedo, dormimos com o plano de levantar bem cedo e tentar ver o nascer do sol em Machu Pichuu, nós precisávamos levantar cedo porque optamos por subir até as ruínas a pé, ao invés de pegar um ônibus. A subida a pé leva em torno de 1h.
Obs.:  Águas Calientes é uma cidade que fica no pé da montanha que você sobe para ver as ruínas de Machu Pichuu.


6° Dia, 30/12/12: Acordamos cedo (4h), tomamos café e saímos por volta das 5h. A subida é feita através de uma trilha que corta o caminho do ônibus (que é no formato de uma serpente). Demoramos 1h30min para fazer subida, o caminho é bonito, e bastante gente faz esse caminho.




 Chegando ao topo pegamos uma fila bem grande para entrar, entramos e ficamos muito frustrados! Por causa da neblina não conseguíamos ver nada, demos algumas voltas e voltamos para a entrada PUTOS DA CARA. Esperamos um pouco e resolvemos voltar para ver, para nossa alegria o tempo abriu e iniciamos a nossa visita as ruínas, tiramos muitas fotos e em cerca de 4 horas conhecemos as ruínas inteiras e voltamos para a cidade (descida levou uns 40 min).









A ideia de subir Machu Pichuu cedo para ver o nascer do sol, não é muito aconselhável no verão. Nessa época é comum haver neblina pela manha.
Leve água e algo para comer quando subir para as ruínas.
Nas ruínas, existem rotas de visitação! Vá pela contra mão! Existem muitas pessoas visitando as ruínas em grupos turísticos levadas por guias (muito caro um guia, $ 20,00 soles por pessoa) e todos eles fazem o caminho descrito pelo mapa, então se você seguir o mapa vai ir com o fluxo de grupos e vai pegar os locais superlotados. 
Se você for dormir em Águas Calientes no dia que vai visitar Machu Pichuu (nosso caso) acredito que o melhor seria visitar as ruínas de tarde, pois eu acho que seria menos lotado que de manha. Vá depois do almoço que dá tempo suficiente para visitar as ruínas.
Machu Pichuu tem além das ruínas 2 montanhas. Umas eles chamam de Montanha Machu Pichuu e a outra é o Huayna Picchu, essas duas são compradas a parte da entrada para as ruínas. Acredito que elas propiciem um visual diferente das ruínas, se você quiser subir elas então é bom comprar as entradas antes, porque assim como as ruínas essas duas montanhas tem um numero máximo de pessoas que podem visitar por dia.
7° Dia, 31/12/12: Pegamos o trem de volta 08h30min até Ollantaytambo, lá deveria haver uma pessoa da agência nos esperando para pegarmos a Van até Cusco. Não havia ninguém, pagamos uma por conta própria e chegando a Cusco nos dirigimos para a agência com o objetivo de pegar o dinheiro de volta. Não houve problemas a agência nos reembolsou. . Após o almoço passamos no mercado para comprar bebidas para a virada de ano. Compramos Vodca e Limão para fazer uma Caipirinha. Descansamos e depois tomamos um banho no Hostel, por volta das 18h30min começamos a preparar a caipirinha e 19h30min estávamos na frente do nosso antigo Hostel para fazer a festa com o pessoal que a gente conheceu antes. Ficamos lá até 22h, para depois irmos para a Praça das Armas, que é onde toda a galera passa o réveillon. Até as 22h o saldo foi de 3 Vodcas (caipirinha e cuba) e mais um Rum (cuba), nos 3 tomamos no mínimo 70% desse álcool o resto foi pra galera que estava junto. As 22h horas nos 3 já BEBADOS, junto com a galera descemos para a praça! A praça é uma loucura, lotadassa! Gente de tudo que é lugar do mundo tinha um palco com um show local. Fizemos a maior festa (nos erámos os mais festeiros disparado), depois da virada na praça ainda teve uma festa no Hostel.

8° Dia, 01/01/13: Acordamos tarde (12h) Antes de ir para a rodoviária passamos no primeiro nosso primeiro Hostel para nos despedirmos da galera, depois pegamos um táxi e partimos para a rodoviária. Nosso ônibus saiu 21h30min com previsão de chegada em Puno as 05h.


9° Dia, 02/01/13: Chegamos a Puno 05h30min, por indicação de uns amigos que conhecemos na viagem não perdemos tempo em Puno. Logo depois de chegar já compramos passagem para Copacabana (Bolívia). Saímos 07h30min de Puno, no caminho passamos a fronteira, fizemos os procedimentos de entrada e saída e continuamos a viagem para Copacabana. Chegamos a Copacabana 12h30min, primeira coisa que fizemos foi trocar dinheiro em um Banco (onde a cotação é melhor), depois compramos a passagem da barca para a Ilha do Sol. A barca saía 13h30min, antes de embarcarmos comemos e compramos comida, a viagem demora cerca de 2h até o lado norte da ilha (o valor foi de $ 25 bolivianos). Ao chegar ao lado norte da ilha, procuramos um lugar para dormir, depois jantamos e caminhamos um pouco pelas redondezas, o lado norte da ilha é muito bonito porém tem menos estrutura que o sul, é tão bonito que arrisco dizer que foi o lugar mais bonito que visitamos na viagem.
 Obs: Em Puno existe um passeio que você pode fazer, que é visitar às ilhas flutuantes. Um amigo fez e disse que é muito legal.
Quem estiver viajando com o RG, na passagem de Peru para a Bolívia, não se esqueça de tirar uma cópia da saída do Peru para mostrar aos policiais Bolivianos na entrada.
Ao ir para a ilha do sol, como eu falei tem o lado sul e norte. Sul tem mais estrutura, já o norte é bem precário. Mas o ideal é ir para o lado norte dormir e no outro dia caminhar até o lado sul e pegar a barca para Copacabana, fazer o contrário é mais difícil. Outra coisa, quando for para a ilha e não leve mochila! Deixe as mochilas grandes em Copa (tem lugar para deixar) e leve somente uma mochila de ataque, o caminho de um lado para o outro é de cerca de 3 horas com muitas montanhas no caminho a 4000 metros de altitude, é melhor fazer com o mínimo de peso nas costas (rsrsrs).






10° Dia, 03/01/2013: Acordamos bem cedo para ver o nascer do Sol, as nuvens não ajudaram muito, mas o visual foi ALUCINANTE. Depois de apreciar a vista continuamos nossa caminhada para o lado sul da ilha. Caminhamos devagar, fomos curtindo o visual e batendo muitas fotos. Tem muitas vista bonitas, ruínas, montanhas nevados, etc. O visual é realmente demais! Durante o caminho tem vários pedágios durante a ilha (feita pelos nativos), tem que pagar para passar (absurdo). Alguns pedágios nós conseguimos não pagar indo por outros caminhos, mas de alguns não teve como escapar. Depois de 7 horas de caminhada (como eu falei caminhamos bem devagar para curtir a vista e também estávamos com as mochilas pesadas) chegamos ao lado e sul e almoçamos, assim como todos os pratos feitos da Bolívia, não vem muita comida, pra quem come bem não vale muito a pena. Depois do almoço compramos a passagem de volta para Copacabana, ao chegar à cidade compramos a passagem para La Paz. Lanchamos e depois saímos para La Paz, no caminho tivemos que cruzar o lago Titicaca de barca, a viagem não demora muito cerca de 3h. A chegada em La Paz foi muito bonita, à noite as luzes da cidade proporcionam um grande visual. Depois de chegar a rodoviária pegamos um táxi e fomos para o Hostel (Wild Rover).
Obs: Em La Paz os dois principais Hostels da cidade são o Wild Rover e o Loki. Os dois são muito bons, tem festa toda noite e gente de toda a parte. Nós ficamos nos dois.
11° Dia, 04/01/2013: Nesse dia tínhamos que comprar os passeios que íamos fazer em La Paz, acordamos e tomamos café, perto da hora do almoço partimos para o outro Hostel (Loki) e demos entrada. Almoçamos e partimos para as agências de turismo para pesquisar o preço dos passeios e também fomos procurar jaqueta impermeável para comprar. Depois de algumas voltas conseguimos comprar jaquetas impermeáveis por $ 200,00 bolivianos e fechamos os passeios por $ 270,00 e $ 60,00 bolivianos, fechamos o Downhill            e Chacaltaya, respectivamente. Recomendo muito esses dois passeios, é bom procurar bem pelas agencias para conseguir um preço melhor, e como avisei antes, pechinche bastante e quanto mais gente tiver para fechar o negócio melhor! Depois de fechados os passeios conhecemos a Praça Murillo (onde fica o palácio do governo). Voltamos para o Hostel tomamos um banho e partimos para a festa no bar.
12° Dia, 05/01/2013: 12° Dia, 05/01/2013: Acordamos cedo para fazermos o primeiro passeio em La Paz, havia sido combinado com o pessoal da agência que eles iriam passar no Hostel para nos buscar. Saímos 08h00, a principio o ônibus leva o pessoal até +- 5200 metros e o resto da subida são feitos a pé (até +- 5500 metros). No começo da subida começou a nevar (primeiro vez que vimos neve), a paisagem que geralmente é marrom começou a se torna toda branca. Devido a neve o ônibus não conseguiu subir até a altitude normal (chegou até 4800 metros) então o restante da caminhada teria que ser feita a pé mesmo. A neve fez com que o caminho ficasse escorregadio e perigoso (a estrada fica a beira de um precipício, foi bem emocionante o caminho com o ônibus). Quando o ônibus parou descemos e a guia avisou que teríamos cerca de 1h para subir ao cume e descer. A altitude é implacável, não tem como subir rápido, subimos devagar, fomos aproveitando o visual e batemos várias. Não conseguimos ir ao cume, mas valeu muito a pena o passeio até o Chacaltaya, o visual é demais e ver a neve pela primeira vez foi muito legal também, no fim chegamos a uns 5200 metros.







 Na descida para nossa surpresa a neve começou a derreter, mudando totalmente o visual (que começou a ficar marrom). Depois do Chacaltaya, tem outro passeio para fazer, visitamos o Vale de La Luna! Eu não fui (Lucas), você pode escolher em não ir se quiser, mas meus companheiros foram. Pelas fotos e pelo que eles me contaram, o visual é muito loco! O vale é todo erodido pela ação do vento, chuva, frio etc. Essa erosão moldou o vale com uns formatos bem loucos. O passeio completo levou até às 15h30min, depois de voltar para o Hostel nos almoçamos e de noite teve mais uma festa.
13° Dia, 06/01/2013: Levantamos 06h00min, combinamos com a agência de ir até um Hostel próximo ao nosso para depois irmos fazer o Downhill. Chegamos ao Hostel e tomamos café (está incluso no passeio), depois colocamos o equipamento e tomamos uma Van para irmos até o começo da descida. Chegando ao inicio (4700 metros de altitude) da descida foram passadas instruções antes de começar. Depois das instruções é pura EMOÇÃO, a primeira parte da descida é em asfalto depois é estrada de chão (estrada da morte). No total você desce uns 3700 metros, a descida é animal! 


Os guias no caminho tiram fotos e no final da descida é oferecido um almoço (buffet livre). Depois de descer voltamos para La Paz, ganhamos uma camiseta da agência e também um CD com as fotos da descida. Recomendo muito que todos que forem a La Paz façam esse passeio. Chegamos por volta das 20h00 no Hostel, na volta tivemos um imprevisto, pois o pneu da nossa Van furou, o pneu foi trocado e seguimos viagem, na volta estávamos todos muito cansados. Descansamos, comemos e no final da noite festa no Hostel.
14° Dia, 07/01/2013: Nosso ultimo dia em La Paz! Ficamos praticamente o dia todo no Hostel, saímos somente para almoçar e comprar as passagens para Uyuni. Compramos as passagens por $ 100,00 bolivianos cada, a viagem até o Uyuni demora umas 10h.
15° Dia, 08/01/2013: Chegamos a Uyuni bem cedo, logo que chegamos procuramos um lugar para tomar café. No café conhecemos mais um pessoal que juntamos para mais tarde procurarmos uma agência todos juntos e fecharmos o passeio pelo deserto de sal. Conseguimos fechar o passeio por $ 670,00 bolivianos (agência Latitude), o fato de estarmos em grande numero facilitou no desconto do preço (o normal era $ 850,00), no pacote está incluso comida, abrigo e é claro locomoção pelo deserto por 3 dias. Fechamos o passeio umas 08h00h para sairmos por volta de 11h. As mochilas grandes, tivemos que deixar na agência, cada um podia levar somente uma mochila menor, depois de deixarmos começamos o passeio. A primeira parada foi em um cemitério de trens, depois começa o Salar. O Salar é muito bonito, se você der sorte, encontrara o Salar com uma camada de água, o que possibilita que sejam tiradas umas fotos sensacionais (não foi nosso caso). Depois visitamos o Museu de Sal (feito com blocos de sal), depois do museu seguimos até a Ilha do Pescado onde almoçamos, o lugar tem uns Cactos gigantes. Depois do almoço continuamos nossa viagem pelo salar o resto da tarde até chegarmos ao Hotel de Sal, onde nos iriamos dormir. O Hotel é feito de sal, energia elétrica lá somente durante 3 horas (das 5 até as 7 da noite), jantamos e nesse dia não conseguimos tomar banho pois tinha pouca água disponível.
Obs: Leve óculos escuros para o deserto! Sem eles você vai ficar com os olhos ardendo por causa do brilho do sal.
As refeições que nos fizemos durante o passeio, foram todas feitas pelo nosso motorista. Eles levam toda a comida dentro do carro, às refeições foram bem boas.





16° Dia, 09/01/2013: Acordamos bem cedo e tomamos café, logo depois do café saímos para continuarmos o passeio. No segundo dia você já não está mais no Salar (e nem vai voltar), durante a manhã visitamos algumas lagoas, montanhas, formações rochosas etc. O visual é muito louco, parece que você está em outro planeta. Almoçamos na beira de outra lagoa e seguimos viagem para mais uma formação rochosa diferente (Arbol de Piedra), lá encontramos um grupo de brasileiros assustados, pois o motorista do carro deles estava bêbado e perdeu o controle do carro algumas vezes. Tentamos ajudar pedindo para que o motorista deixa-se um dos passageiros dirigir e seguir a gente até o próximo Hotel. O pessoal do outro carro nos seguiu e depois continuamos nossa viagem. Antes de irmos para o Hotel visitamos a Laguna Colorado, uma lagoa de cor rosa. Depois seguimos para o hotel, o esquema era o mesmo, 3 horas de energia, mas dessa vez tinha água para o banho. O banho era contado, tínhamos exatos 8 minutos para tomar, tinha um Boliviano que ficava contando o tempo, passado 8 minutos ele desligava a água. Jantamos e fomos dormir, a noite foi bem fria, pois nevou a noite toda.
Obs: O caso do motorista bêbado não é incomum, por isso fique atento com o seu motorista durante a viagem.
17° Dia, 10/01/2013: Acordamos bem cedo, antes mesmo de tomarmos café partimos para visitar os gêiseres. Estava muito frio e a neve cobria toda a paisagem, chegamos aos gêiseres e ficamos lá um tempo para depois voltarmos para o Hotel para tomar café. Depois do café partimos, visitamos mais umas formações rochosas pelo deserto antes do almoço. Almoçamos no meio do nada, o lugar era muito bonito, tinha montanhas nevadas ao fundo, chuva numa outra parte e córregos formados pelo degelo da neve, muito bonito mesmo. Depois de almoçar seguimos de volta para a cidade de Uyuni, levamos umas, 3h para chegar a cidade. Logo que chegamos compramos passagens para Potosí, aguardamos o horário de saída e seguimos. A viagem até Potosí levou umas 4h, chegamos lá por volta de 23h30min, foi difícil achar um Hostel esse horário, mas conseguimos.








Obs: O passeio normal de 3 dias do Uyuni, tem no terceiro dia mais dois pontos para se visitar, Laguna Verde e Laguna Blanca. Mas por causa de um problema com habitantes locais, a visita a essas duas lagunas não estava sendo feita.
Depois do deserto o nosso plano era seguir para o Atacama, mas por esse problema com os povos locais e também por pouco dinheiro não teve como ir.
18° Dia, 11/01/2013: Logo pela manha saímos para conhecer a cidade, além disso, precisávamos comprar o passeio pelas Minas de Potosí. Compramos o passeio na agência Amigos de Bolívia, por indicação de um amigo que conhecemos na viagem e não nos arrependemos. Almoçamos em um restaurante chamado Mirador, o restaurante oferece um visual de 360° além de girar em determinados horários, o que permite que você almoce e também veja toda a cidade. Potosí é uma cidade bem legal, várias coisas para visitar no centro da cidade como a casa da moeda, estádio de futebol, teatro etc. Trocamos de Hostel neste dia, fomos para o Koala Den, recomendo este Hostel (melhor café da manhã que tomei durante a viagem). 
19° Dia, 12/01/2013: Fomos até a agência para pegarmos o ônibus até as minas, a agência oferece todo o material necessário para a visitação, no caminho até as minas temos que comprar folhas de coca, sucos e chás para oferecer aos mineiros (mina está em funcionamento). Ao chegar às minas o guia começa a dar as explicações sobre os procedimentos de segurança do passeio, além de explicar sobre a historia do lugar. O passeio não tem lugares bonitos para se visitar, porém vale a pena pela experiência diferente que ele proporciona. No passeio vimos mineiros trabalhando, o guia passa muitas informações sobre a vida dos mineiros, historia da cidade e também na mina Cerro Potosí, o ambiente é bem apertado, quem é alto não vai se dar muito bem mas vale a pena fazer o passeio. Depois de voltar das minas almoçamos e ficamos no Hostel descansando. À noite saímos para tomar uma cerveja e depois fomos dormir.


20° Dia, 13/01/2013: Não fizemos nada demais, passamos o dia todo no Hostel. Eu fui o único que sai para comprar as passagens de ônibus até Cochabamba. Saímos à noite com previsão de chagada no outro dia de manhã.
Obs: Tem outro passeio que se pode fazer em Potosí, que é visitar o Ojo del Inca, que é uma lagoa de águas termais. Mas estava chovendo e, além disso, um dos meus amigos (Vitor) não estava passando muito bem.
21° Dia, 14/01/2013: Passamos o dia todo quase viajando. Chegamos a Cochabamba de manha cedo e já compramos nossas passagens para Santa Cruz de La Sierra. Existia a opção de passar o dia em Cochabamba e pegar o ônibus à noite, porém não achamos nada de muito atrativo na cidade e então decidimos partir direto.  Chegamos a Santa Cruz a noite e dormimos em um Hotel do lado da Rodoviária. O destaque do dia foi a mudança na paisagem, pois saímos da altitude (clima árido) e agora estávamos em um clima tropical e muito mais quente.
22° Dia, 15/01/2013: Bem cedo fomos à rodoviária de Santa Cruz para comprar as passagens de trem (Trem da Morte), o trem saí da rodoviária também. Passamos o dia viajando também. Se você puder evitar ir de trem é melhor, a viajem são de 17 horas, partimos de manha de Santa Cruz e só chegamos no outro dia em Puerto Quijarro. A única vantagem de pegar o trem é que você economiza um pouco de dinheiro (passagem custou $ 115,00 bolivianos) fora isso não vejo vantagem em se pegar o trem, valeria mais a pena passar o dia em Santa Cruz e pegar um ônibus à noite para a fronteira.
23° Dia, 16/01/2013: Chegamos bem cedo e Puerto Quijarro, tomamos um café e decidimos cruzar a fronteira para o Brasil. A fronteira abre 08h00, chegamos lá mais ou menos esse horário e tinha uma fila enorme. Esperamos em uma lanchonete até a fila diminuir para depois darmos a saída da Bolívia. Na entrada do Brasil tinha uma fila enorme, pois o sistema da Polícia Federal estava fora do ar, para nossa sorte, brasileiros não precisam ter sua entrada no Brasil registrada no sistema (somente estrangeiros), então não demorou muito e passamos, agora estávamos no Brasil finalmente, a saudade era grande, na cidade de Corumbá. Pegamos um táxi para o aeroporto com a intenção de trocar nossa passagem do dia 17 para o dia 16, o valor estava muito alto então teríamos que passar a noite em Corumbá. Era horário do almoço e “NECESSITÁVAMOS” de comer feijão, nos indicaram um “PF” bem na frente do aeroporto, foi o melhor almoço desde que saímos de casa. Comida típica brasileira (arroz, feijão e bife) além de que o prato vinha muita comida por apenas R$ 7,00. Depois procuramos um Hotel pela cidade, conseguimos um por R$ 120,00 quarto triplo. Passeamos um pouco pela cidade e depois ficamos no Hotel, era uma quarta feira e não tinha balada na cidade.

Obs: Existe um passeio em Corumbá, onde você pega um barco e conhece o Pantanal (de acordo com o que nos falaram). Mas não tínhamos grana e nem tempo para fazer os passeios.
24° Dia, 17/01/2013: Ultimo dia da viagem, apesar de ter sido uma viagem maravilhosa, não víamos a hora de chegar em casa. Nosso voo saía 14h10min, mas só chegaríamos a Floripa de madrugada (voo barato, mas cheio de conexão). O almoço no PF foi tão bom que almoçamos lá de novo, depois de almoçar fomos para o aeroporto e partimos de volta para casa. O resto do dia foi viajando a maioria dos trechos bem rápidos, porém foram vários (5 decolagens e aterrissagens). Destaque para o primeiro pouso onde a turbulência foi um pouco mais forte do que estávamos acostumados, fora isso tudo certo. Chegamos em Floripa quase 1h da manhã.
A viagem foi muito boa, vários amigos feitos, experiências novas, lugares maravilhosos, culturas totalmente diferentes e muitos mais. No final desta já estamos programando a próxima, pois já tinham me falado e depois da viagem eu pude constatar que você não gasta dinheiro em uma viagem na verdade você investe seu dinheiro em uma viagem, pois toda a experiência que você adquire vale por cada centavo “investido”.