quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pico Paraná - A Revanche

...ou  PP como é carinhosamente chamado, é considerado o Everest da Serra Paranaense, ponto mais alto da região sul do Brasil, com seus 1.877 mt de altitude.
Fica no conjunto de montanhas chamado Ibitiraquire onde estão as mais altas montanhas do Paraná.
O acesso se dá pela Fazenda Pico Paraná, do Dilson em Campina Grande do Sul.
A fazenda do Dilson oferece boa estrutura para os montanhistas , tendo estacionamento, banheiro (quando não está quebrado) e lugar para acampar para os que  preferem,  fazer   as montanhas que tem acesso pela fazenda de ataque : as mais conhecidas Itapiroca, Caratuva ,  e o majestoso Pico Pataná
Já tinha tentado uma investida ao PP anteriormente ocasião em que acampei no A1 mas ainda inexperiente na Serra do Ibitiraquiere abortei o ataque ao PP no dia seguinte mais por apreensão e respeito pela montanha que pela dificuldade como pude contatar na segunda ocasião em que fui com chuva , vento e mesmo assim conquistei o cume da montanha mais alta do sul do Brasil.
Nesta segunda investida já tinha subido as outras montanhas mais conhecidas , de dia e a noite também,( até certo ponto são a mesma trilha ató o PP )  portanto já conquistado o cume do Itapiroca e Caratuva um par de vezes o que tinha me dado confiança suficiente pra andar por essas bandas com bastante segurança e conhecimento.
Os companheiros dessa jornada foram os de sempre.
Foi uma trilha tranquila na ida, embora cansativa e com tempo já não muito bom, montamos acampamento no A1 já com chuva e resolvemos decidir o que fazer no dia seguinte. Amanheceu mais feio ainda: vento, chuva e frio , após um café quentinho e algum debate se voltavamos ou iamos em frente, decidimos encarar o gigante mesmo com tempo ruim, pensando que iriamos até onde fosse possível...saímos do A1 rumo ao A2 na  meia manhã num ritmo bom  e rindo de mais esta "indiada"  na chuva . A descida do A1 pro A2 é uma trilha meio fechada mas demarcada  ,  40 minutos adiante chegamos nos tais grampos pra subir pro A2 os quais não achei tão difícil , exceto numa parte meio escorregadia onde parece faltar grampo e meio que tem que se segurar só na rocha mesmo, mas nada impossível ou realmente perigoso.


Encontramos gente descendo, inclusive um pai que aventurou a levar o filho  de uns 10 anos com cadeirinha e corda de escalada. Continuamos a subida e acredito que a neblina e núvens acabaram ajudando pois encobriram os precipícios que nós cercavam  por onde andavamos rsrsrs mas o fato é que iamos muito seguros e sem maiores preucupações , após o A2 onde tem a casa de pedra o resto da trilha tem mais um trecho meio intimidador que é uma rocha onde está disposta uma corrente para ajudar na subida e onde o lugar é bem estreito e tem precipício dos dois lados, me deu um medinho e pensei em desistir por 2 segundos kkkkkkk mas que nada, não ia chegar até ali pra desistir ...mais trilha estreita ladeada por precipícios e a ultima subida pro real cume do PP e finalmente  estavamos no ponto mais alto do sul do Brasil. Infelizmente o mau tempo, chuva e núvens encobriam o que devia ser a mais linda vista naquelas alturas...mas ter chegado lá e vencido os receios e anceios além de todo respeito por esse gigante tão querido já compensava o esforço.
A volta até o A1 foi relativamente rápida, mas ainda tinhamos que desmontar tudo e voltar a longa trilha até a fazenda do Dilson que além cansativa e longa ainda pegariamos uma boa parte a noite.
Cargueira no lombo, fotos do perrengue na chuva que iamos enfrentar na volta, risadas e grito de guerra pra dar ânimo, pé na trilha...
A volta foi longa : chuva, frio e lá no vale das pedras a noite nos pegou...cansados, molhados até a alma e a cargueira pesando o dobro pelo peso, dali pra frente a evolução era lenta. Pra variar meu joelho arrregaçou me obrigava a inúmeras paradas. Já na fazenda fomos recebidos pelo Dilson na casa de apoio da fazenda  e umas pizzas com café quente pra nos reanimar após colocarmos roupas quentes, em minutos parecia surreal que minutos atrás estavamos na mata numa temperatura congelante e na chuva....como sempre as promessas de não fazer mais loucuras como essa não duraram muito...fariamos muitas trilhas com chuva depois dessa....




















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